APRESENTAÇÃO

Somos um grupo constituído por pesquisadores, estudantes, bolsistas, profissionais, agentes de comunidades, redes e movimentos sociais com os quais compartilhamos conhecimentos, diálogos e experiências, desde os anos de 1980. Estamos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Ibict/UFRJ.

O Grupo surgiu do interesse em estudar as condições sociais de construção do conhecimento, na perspectiva da aproximação entre diferentes formas de saberes e de práticas, com foco nas questões de saúde e condições de vida de pessoas e grupos que vivem na periferia das grandes cidades. O olhar é dirigido tanto para o campo científico, enquanto espaço de produção do conhecimento legitimado socialmente, quanto para os territórios e espaços da cidadania, da memória, da ação e da intervenção social – espaços da cultura e do mundo vivido.

O Grupo Culticom se propõe, então, a construir uma abordagem da informação e da comunicação para favorecer formas críticas, compartilhadas e participativas de produção do conhecimento, a formação de sujeitos acadêmicos e não-acadêmicos e contribua para o fortalecimento da participação social e da cidadania, dialogando com as narrativas, memórias e saberes das comunidades.

HISTÓRICO

1980

O Grupo de Pesquisa começa a se delinear nos anos de 1980, no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Ibict/UFRJ.
O esforço inicial das pesquisas do Grupo foi o de procurar realizar a reconstrução histórica e social da elaboração da ideia de informação, a partir de dois eixos principais: a) como um problema de ordem prática e política para as sociedades ocidentais nos processos de modernização cultural e de modernização social; b) como objeto de estudo da ciência, ambos associados aos modos de produção, disseminação e aquisição de conhecimentos sistematizados e veiculados pela escola, enquanto vetor principal da dinâmica cultural do Ocidente, portanto promotora de uma “cultura informacional”

1990

Nos anos de 1990 assumiu o nome Antropologia da Informação (Antropoinfo), para o qual o estudo da informação nos processos de produção, mediação e apropriação social de conhecimentos passou a constituir, ao longo do tempo, a principal preocupação teórico-empírica. Os estudos com foco na interpenetração de diferentes formas de conhecimentos deram origem à categoria empírica “terceiro conhecimento”, empregada nas pesquisas para investigar as práticas de informação associadas às ações de intervenção e participação social na saúde.

2000

Entre os anos de 2002 a 2006, associado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECI/UFMG, o Grupo continuou a abordar a informação como fenômeno sociocultural e como elemento integrante de redes sociais configuradas por diferentes atores acadêmicos e não-acadêmicos, nas ações de intervenção e participação social em saúde, estudando as redes em sua tripla dimensão: social, cognitiva e semântica, de modo a perceber tanto os elos entre os atores, quanto a configuração de suas narrativas, capazes de expressar o movimento social e textual das informações – a “informação em movimento”.

Entre 2008 e 2012 o Grupo de Pesquisa Antropoinfo vinculou-se ao Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde do Icict/ Fiocruz, alterando o seu nome para Cultura e Processos Infocomunicacionais (Culticom).

A partir de 2013 reestabeleceu o seu vínculo com o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Ibict-UFRJ, onde havia se constituído e se firmado, desde os anos de 1980.

Nesses diferentes caminhos interdisciplinares e interinstitucionais, e sem perder de vista o seu intento principal de estudar os processos de produção, circulação e apropriação de informações para a construção de um “conhecimento social”, o Grupo Culticom sedimentou, em diferentes pesquisas, teses, dissertações, monografias, publicações, a firme mediação da teoria social e suas metodologias no estudo das práticas informacionais, em diferentes contextos de aplicação.

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